domingo, 10 de novembro de 2019

Monumento

Alta, bela, e imponente. 
Meiga somente quando as situações a permitiam.  
Quando você se perdeu? 
Me diga quando foi que desencontrou se de si, dos seus princípios? 
Veja bem, você pode mentir, mas quem realmente está enganando?
E quem está sendo enganado? 
Vejo o jogo de fora e com apenas alguns movimentos a dama cai. 
Que tristeza, uma peça tão poderosa torna-se impotente diante de sua própria ruína. 
Eu lamentaria. Na verdade lamento. 
Apesar de tantos avisos e de toda lábia desperdiçada,
É deplorável ver tamanho monumento ruir e encolher até sumir,
Curvar-se diante daqueles com a certeza que a manipulam
E assim fazem dela o fantoche mais exótico,
Na eterna busca de um amor que lhe é negado,
Pois só conheceu a posse. 
Era o fim do belíssimo monumento que se permitiu cair 
Quando suas estruturas cederam apenas por acreditar demais.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Ausência


Com todos os sentidos adormecidos abro os olhos na realidade dos meus sonhos.
as pontas dos dedos sujas de lágrimas de sangue que me correm o rosto, 
aquela velha e constante busca por um ego já perdido que não pude recuperar.
Em que ponto me perdi de mim e nem notei minha própria ausência? 
Com todos os sentidos adormecidos abro os olhos para a alma, e me vejo de dentro pra fora, como a rosa que não floresceu no teu jardim. 
Apodreci sem mostrar a beleza contida em mim, mas a dor certamente é familiar, essa parte da qual não consigo proteger ninguém, nem mesmo a mim.