domingo, 21 de junho de 2020

Fernando


Sorrisos largos em meio às tardes manauaras, sempre quentes (tão quentes), que se seguiam regadas a cerveja ou a sorvete, a companhia era o mais importante para esses corpos suados.
Sempre parecia que o mundo não era grande suficiente para ele, como se a matéria do seu corpo físico fosse explodir a qualquer momento e libertar sua alma, para que ele voasse enquanto nos arrastamos na realidade.
Era esse o seu pecado e sua dádiva, não adaptar-se destacar-se em meio a todos. Mudava todos os dias, cabelo, barba, pensamentos e atitudes.
Consumiu a vida em sua plenitude e foi tragado por ela ainda jovem, mas deixando a certeza que muitos podem viver para sempre e mesmo assim jamais saberão o que de fato é viver, arriscar-se, pular para o nada sem saber se vai voar ou cair.